A leishmaniose tegumentar representa um grupo de doenças com características clínicas, imunológicas e patológicas distintas, compondo uma manifestação espectral. Diversos fatores interferem nessas diferenças, com destaque para a resposta imune do hospedeiro e fatores inerentes à leishmania, que podem aumentar ou atenuar o seu poder patogênico. Recentemente, tem sido demonstrado que a saliva do vetor (Lutzomyia) facilita a infecção em modelos experimentais, porém essa influência ainda não está bem estudada no ser humano. Na Bahia, o principal agente da leishmaniose tegumentar é a Leishmania braziliensis, seguido da Leishmania amazonensis, que é identificada em poucos casos. As quatro principais formas clínicas da doença descritas são: leishmaniose cutânea, leishmaniose mucosa, leishmaniose cutânea difusa e leishmaniose disseminada. A leishmaniose cutânea é a forma mais comum, caracterizando-se pela presença de uma ou várias úlceras com predileção por áreas expostas, principalmente membros inferiores. A leishmaniose mucosa ocorre concomitantemente ou anos após quadro de leishmaniose cutânea em cerca de 3% dos casos e pode progredir para intensa destruição tecidual da mucosa nasal, tornando-se doença grave. A forma difusa é muito rara na Bahia, com presença de nódulos e lesões infiltradas de maneira difusa pelo tegumento, em pacientes anérgicos a antígenos de leishmania. A leishmaniose disseminada apresenta inúmeras lesões acneiformes, papulosas e ulceradas que surgem abruptamente, muitas vezes associadas a sintomas como calafrios e astenia, sugerindo disseminação hematogênica do parasita. Na área endêmica de Corte de Pedra/BA, descreve-se um
aumento desta última nos últimos anos, sem associação com imunossupressão.
Palavras-chave: Leishmaniose cutânea, leishmaniose mucosa, leishmaniose disseminada,leishmaniose difusa